sexta-feira, 18 de maio de 2012

Eu leio e assisto entrevista: Christine M.


Professora, "escrevedora", pensante...
Sou feita de uma metade inabálavel na qual guardo os meus valores, minha razão e meu caráter. Minha outra metade é mutante, indecisa e apaixonada.
 
Com essas palavras acima, Christine se define.
A autora, que publicou o livro Sob a Luz dos Seus Olhos pela Editora Underworld concedeu, gentilmente, uma entrevista exclusiva ao blog Eu leio e assisto, falando um pouco sobre como é ser uma autora brasileira e a repercussão de seu livro.

 Confiram:
 
1 - Quando e como você começou a gostar de ler?
Christine M: Não consigo me lembrar de um momento sem ler. Acho que nunca parei para esse encontro com a leitura. É como se eu tivesse nascido lendo, assim como nascemos respirando.

2 - Quais os seus livros favoritos? Por quê?
C.M: Sempre tenho medo dessa pergunta, porque eu mudo de ideia o tempo todo. Além disso, há livros que foram importantíssimos em alguma fase da minha vida e, agora, não me parece tão bons. Há outros que eu li e não gostei na hora porque só fizeram sentido depois. Portanto, mais do que ter um livro para listar nos favoritos, prezo muito a experiência do ato da leitura e isso vale para todos.

3 - Você tem algum (s) autor (es) que te inspira (m) para escrever?
C.M: Eu aprecio muitos autores e, não raramente, me pego lendo e pensando: “puxa, como eu queria ter escrito isso”. Sou fã do Zafón, que é, dos contemporâneos, o meu favorito. Dos imortais, cito Clarice Lispector, por ter uma “história” comigo. rsrs

4 - Agora vamos falar de seu livro. De onde veio a inspiração para a história?
C.M: Eu tinha acabado de voltar de uma viagem que fiz para a Inglaterra e decidi que usaria minhas memórias para criar o cenário. Depois, resolvi que usaria o amor para falar de diversos outros assuntos. Contudo, devo dizer que a história foi nascendo aos poucos, visto que eu comecei despretensiosamente e sem almejar publicação. Nem sabia se conseguiria. rsrs

5 - Com qual personagem do seu livro você se identifica mais? Por quê?
C.M: É até óbvio dizer que é com a Elisa (protagonista n/b*de Sob A Luz Dos Seus Olhos), embora ela seja imensamente melhor do que eu.

 *Capa do livro Sob A Luz dos Seus Olhos, escrito pela autora.

6 - Como é ser escritora no Brasil? Você teve alguma dificuldade inicial para publicar seu livro?
C.M: Por mais estranho que pareça, foi fácil conseguir ser publicada. O livro foi registrado na Biblioteca Nacional em agosto de 2011, enviado para a editora em novembro de 2011 e em janeiro de 2012 já estava em pré-venda. A dificuldade maior é ganhar um espaço nas prateleiras das livrarias. Além disso, há os livros estrangeiros que já chegam como best sellers, chamando a atenção dos leitores com a fórmula do “sucesso garantido”.

7 - Você acha que há uma desvalorização de autores nacionais em relação aos internacionais? Por quê?
C.M: Há sim. Não por parte do público e sim das editoras que, para garantir boas vendas, apenas traduzem sucessos estrangeiros ao invés de investir em talentos nacionais. Contudo, sinto uma mudança nesse cenário, ainda pequena, mas com chances de crescimento. É torcer e ver no que vai dar.

8 - Você está satisfeita com a repercussão de seu livro?
C.M: Sim, muito. Se pensarmos que há um ano ele estava sendo escrito e hoje ele está na casa de centenas de pessoas é, certamente, um grande começo. Claro que ainda há um grande caminho pela frente, mas estou confiante de que o futuro será ainda melhor.

9 - Se pudesse ter escrito qualquer outro livro, qual seria? Por quê?
C.M: As Horas, de Michael Cunninghan, primeiramente porque usa referências com maestria, e também porque é cheio de questões existencialistas acerca do universo feminino. É belíssimo.

 *capa do livro As Horas, obra que inspirou o filme com mesmo nome estrelado por Nicole Kidman, em papel que lhe rendeu um Oscar.

10 - Obrigada pelas perguntas, Chris. Agora, você poderia mandar um recado para todas as pessoas que desejam ser escritores um dia?
C.M: Escrevam. Não há outra maneira de ser escritor sem ter a escrita como hábito. As pessoas confundem ser escritor com ser autor publicado e não funciona assim. É preciso escrever, se aprimorar, melhorar, estudar e continuar escrevendo sem descanso. A publicação é consequência e não o objetivo. Se você só quiser seu nome em uma capa, é possível que você acabe escolhendo um caminho mais fácil que, provavelmente, será menos duradouro. Trabalhe com seriedade, confie no seu talento e deixe o resto com o Universo.

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Espero que vocês tenham gostado da entrevista da autora.
Agradecimentos especiais: Christine M, por ter respondido ao blog.
Quer conhecer mais sobre a autora? Clique nos links abaixo:


Até mais!

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