sexta-feira, 30 de maio de 2014

Review: Malévola




Eu não queria assistir a este filme na estreia.

Acredite quando eu digo que eu era a última pessoa que queria ir na estreia de Malévola. Na verdade, eu nem estava pensando em o conferir. Sendo mais sincera ainda, eu nem sabia desse filme, o descobri por causa de um post da Aline. Mas eis que o acaso, este motor de minha vida, fez-me com que minhas escolhas  fossem a assistir Malévola (e olhe que pensei em assistir ao novo X-Men novamente).

Estou feliz em não ter assisto ao novo X-Men novamente, não por este ser um filme ruim, não o é, é formidável mas se assim fosse eu teria perdido a chance de conferir um filme que superou positivamente minhas espectativas como há muito tempo não ocorria. Malévola, é o estilo amodernizado estilo Disney de filmes no melhor estilo.

Sim, sei que o filme é uma versão live-action do desenho clássico do estúdio, mas se eu nem sabia do filme sabia muito menos do desenho, então vamos deixar o desenho originador um pouco de lado.

A premissa do filme é muito boa, a que toda história tem dois lados e que aqui veremos a do lado que sempre foi dito pelas estórias como ruim, mal, malévola. Isso me lembra muito algo que Simone de Beauvoir diz no artigo 'olho por olho' que se olharmos de perto poderemos compreender muito bem o que levou os grandes criminosos a cometerem seus crimes mas, no entanto, compreender não é desculpar.

No filme vemos uma Malévola humana (não, não é por causa de ser uma película em live-action), vemos que era um ser de coração puro e que ao sentir na pele o que a ganância humana poderia fazer, resolveu dar o troco da maneira que podia e que naquele momento de raiva, ódio, rancor achava que era o justo. Mas o tempo faz com que o distanciamento temporal de Malévola com o acontecimento que a embruteceu a faça refletir melhor, e querer voltar atrás. Entretando, nem todos possuem uma TARDIS e mesmo arrependida, terá que arcar com a responsabilidade de seus atos.

O ponto central é justamente esse: fazemos merda mas não podemos desfazer nossos atos, mesmo que eles sejam justificáveis a um ideal de moral estabelecida ou pessoal. Malévola compreende tarde demais que o que desejou era algo de momento mas em nenhum momento tenta escamotear suas ações, quando é confrontada, assume. Malévola não apenas é a engrenagem do filme mas a vilã e a heroina de sua estória e a dos outros, como qualquer um de nós.

Os outros personagens? Coadjuvantes de fina estampa que transfoma a estória em algo creivel para o seu próprio universo e para de cada um de quem assiste, afinal, o filme lida com sentimentos (amizade, amor, vingança, raiva, ganância, etc) dos personagens e os nossos.

Angelina Jolie interpreta uma Malévola com humanidade, mesmo com todo aparato do mundo mágico ao qual a personagem se situa, em nenhum momento a fantasia deturba a humanida da peronsagem. Querendo ou não, ela é o grande nome do filme, mesmo que o mesmo tenha outras atuações muito boas, como a da Aurora (Elle Fanning)e das três fadas atrapalhadas.

O visual e a fotografia lembra Avatar e Alice no pais das Maravilhas do Tim Burton, os efeitos são grandiosos sim mas não algo que canse ou atrapalhe. Assisti-o em 3D e como sempre, não vi nada demais, talvez em iMax a esperiência do 3D seja mais satisfatória. Direção: ok, trilha: ok, fotografia: ok, atores: bons, roteiro: muito bom.

Malévola é uma redescoberta de antigos contos de fada que não ousamos questionar e que aqui, vemos que nem tudo é o que parece, sentimentos mudam, juizos de valor mudam, e o amor verdadeiro é algo que trascende o romance.

Moral da estória? Assista ao filme e redescubra antigas estórias mais humanamente.

FONTE:
* Foto: Divulgação.


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